No último post, dei algumas dicas práticas de como calcular o tamanho ideal da mesa de trabalho, em função da aplicação, formato e espaço disponível.
Para complementar, vou explicar um pouco do cálculo de corredores típicos em layout de escritório, formado pelo arranjo do mobiliário.
O primeiro passo, para dimensionar um corredor, é classificá-lo de acordo com o volume previsto de pessoas. O conceito é bem parecido com as vias de circulação da cidade, lembra de quando você estudou para tirar a carta? Via local, coletora, arterial e trânsito rápido. Não lembra né? Não tem problema, o importante é lembrar apenas do conceito...rsrsrs...
Em um projeto típico de escritório, temos as seguintes situações:
01- Corredores que separam departamentos - Atualmente os escritórios abertos (sem separação de paredes entre os diferentes departamentos), estão em alta. Assim sendo, deixar alguma distância entre diferentes setores da empresa, cria a organização necessária ao ambiente de trabalho delimitando os espaços. Seria o equivalente, no sistema viário, à uma via de transito rápido.
02- Corredores de grande fluxo que levam para outros departamentos - São caminhos que ligam dois ou mais departamentos passando por um outro (que não é o destino). Recomenda-se que neste tipo de corredor, existam mesas em apenas um lado da passagem, evitando que haja circulação entre as mesas, atrapalhando o trabalho das pessoas. Seria o equivalente à uma via arterial.
03- Corredores que ligam apenas dois departamentos - São caminhos onde um departamento é a origem e o outro é o destino. Nestes casos podemos ter mesas em ambos os lados do corredor, pois os departamentos que receberão o fluxo de pessoas, estão envolvidos no processo. Seria o equivalente à via coletora.
04- Corredores de acesso ao posto de trabalho - São os corredores em que apenas os usuários dos postos de trabalho irão acessar, para chegar ao seu local de trabalho e sentar-se, sem utilização de armários, café ou passagem para outros locais. Seria o equivalente a via local, no trânsito urbano.
Esta correlação com as vias urbanas, é apenas uma "brincadeira" para te ajudar na hora do projeto. O importante é sabermos classificar os corredores de acordo com a intensidade de uso (habitual, esporádica), OK?
Isso irá nos ajudar no passo seguinte, alem de hierarquizar os corredores, deixando o layout mais racional, e com qualidade superior. Eu costumo dizer que um bom layout, começa no organograma da empresa.
Alem disso, os corredores, devem ser dimensionados evitando a interrupção das atividades realizada pelas pessoas desse ambiente e possíveis acidentes durante a passagem, devido a gavetas abertas, quinas de mesas e outros fatores, conforme imagens abaixo:
O passo seguinte, é verificar a existência de outros itens do mobiliário, que podem exigir espaços maiores, como porta de armários, gaveteiros, impressoras, abertura de portas, etc... Como ilustrado na figura abaixo:
Agora, por último e muitíssimo importante, duas coisas sempre esquecidas: Acessibilidade e Saída de Emergência!
Estes são dois fatores comumente esquecidos em estudos de layout de escritório.
Quando falamos em saídas de emergência, precisamos nos atentar às diferentes regras do corpo de bombeiros de cada estado, o recomendado é seguir a legislação do estado mais rígido. É claro que a fiscalização incidirá sobre o projeto civil do prédio, mas de nada adianta as portas, corredores e escadas estarem OK, e os móveis serem os culpados pelo "estrangulamento" da passagem das pessoas, não é verdade?
O cálculo é relativamente simples, e tem vários tutoriais na internet, mas a ideia básica, é calcular a população provável do local e depois calcular a largura mínima do corredor para que o tempo de evacuação fique dentro de um valor estabelecido. Vou deixar o link das duas principais tabelas usadas neste cálculo:
http://www.lmc.ep.usp.br/…/…/PTSII/PTSII/tabela4_saidas.html
Basicamente, você precisa calcular o número de pessoas no local e dividir por "U" da tabela 4. Feita esta conta, você terá o número de "passagens", sendo que cada passagem equivale a 0,55m.
E por fim, vamos falar sobre acessibilidade:
O tópico acessibilidade, ao contrário do que a maioria pensa, não trata apenas sobre cadeirantes. Muitos não sabem, mas existe até uma norma da ABNT regulamentando o assunto, a NBR 9050 de 2004 que detalha muito bem os parâmetros construtivos visando acessibilidade.
Vale lembrar que, de acordo com a legislação atual, esta norma tem caráter obrigatório para as edificações e equipamentos urbanos novos ou que sofrerem reformas, sendo facultativo apenas em edificações unifamiliares.
Prometo preparar um post, para tratar exclusivamente do tema acessibilidade em projetos de escritório. Mas para efeitos práticos, para cálculo de corredores, vale deixar pelo menos 0,8m de corredor para passagem de cadeirantes e 1,0m no mínimo para áreas de manobra (como esquinas, etc...).
Espero que este post, possa dar uma pequena idéia sobre este assunto tão importante que é o dimensionamento dos corredores de passagem em layout de escritório. Mas se você está mobiliando seu escritório e gostaria de uma consultoria gratuita e personalizada, acesse:
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