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Como adaptar edificações, para uso como escritório

Um assunto sempre em pauta durante as discussões do plano diretor de toda cidade, é a formulação de planos setoriais, para orientação da ocupação e uso do solo das regiões metropolitanas. Não sou um especialista em urbanismo, porem, acredito que a divisão das cidades em zonas estabelecidas para indústria, comércio, serviços e moradia rigidamente separadas, apesar de algumas vantagens, demonstrou-se um desastre para grandes centros por causar um verdadeiro “êxodo urbano diário”, com impactos no meio ambiente, transporte público, trânsito e consequentemente, na qualidade de vida de toda a população.



Escritório aberto, com mesas ilha e colunas aparentes, de uma antiga loja de departamentos, reaproveitada como escritório
Loja reaproveitada como escritório


Além disso, a economia e a sociedade moderna são extremamente fluídas, tornando qualquer divisão da cidade obsoleta rapidamente. Um ótimo exemplo dessa rápida alteração é o declínio das grandes lojas de departamento observado nos últimos anos, por conta da pandemia, alta dos juros e crescimento do comércio eletrônico. Basta consultar os preços das ações dessas empresas na bolsa de valores, para confirmarmos essa tendência.


Tal queda gera vacância de ótimos imóveis, muito bem localizados, com bom acesso a variados modais de transporte, estacionamentos e docas para carga e descarga. Aqueles que atuam na prospecção de imóveis para instalação de escritórios, sabem da importância do que estou falando.


Inclusive, já existe um movimento na Europa, de utilização de prédios centenários, antes ocupados por lojas de departamento (que fecharam), serem reutilizados como espaços de uso misto, para moradia, escritórios e centros de serviço. Em especial no aproveitamento para escritórios, os arquitetos encontram nessas antigas lojas de departamento, uma ótima base, para implantação dos seus projetos.


Um layout típico de loja de departamentos, geralmente conta com uma ampla área sem divisões, sendo um ótimo ponto de partida para um layout de escritório aberto. Além de áreas frontais envidraçadas, (que antes funcionavam como vitrines), que promovem a entrada de luz natural, para dentro do escritório.


Além disso, esses imóveis possuem boa profundidade ao longo do terreno, que também pode ser explorada, como espaços mais isolados, para salas de reuniões, auditórios e café. Tais locais cumprem o papel de serem zonas menos fluidas, em detrimento da parte frontal, mais aberta e dinâmica, destinada ao staff do escritório.

Para isso, a escolha do mobiliário e projeto do layout são fundamentais, para direcionar o fluxo natural das pessoas ao longo do escritório, criando áreas menos movimentadas, dentro dos departamentos. Assim, mesmo com o escritório todo aberto, conseguimos "organizar" as diferentes áreas, e ainda aproveitar o máximo da entrada de luz natural.



Mesas de escritório do tipo plataforma, com biombos em vidro, e mesas intercaladas com sofás integrados à mesa
Escritório aberto com mesas plataforma


Outro ponto importante, é conciliar a reutilização da antiga infraestrutura, como pontos de elétrica, ar condicionado, redes e telefonia, com o mínimo de intervenção na edificação. Novamente, o mobiliário do escritório, será um grande aliado nessa empreitada. Para essa missão, mesas como as do tipo plataforma, podem ajudar tanto na criação de um fluxo natural para as pessoas, entre os departamentos, quanto para fazer chegar os pontos de elétrica e rede, para todos os usuários das mesas, sem grandes necessidades de adaptação no prédio, visto que existem poucas paredes, dentro do escritório.



Sistema de tomadas elétricas, embutidas nos móveis, com tampa basculante
Tomadas elétricas embutidas nas mesas


Além disso, pode-se fazer uso de piso elevado e forro em determinadas áreas, reforçando a divisão espacial, sem a necessidade de barreiras verticais, como paredes e divisórias.


Para finalizar, acredito que espaços de uso misto, colaboram com o desafio da década, em descarbonizar a sociedade, para isso, precisamos de uma nova abordagem para o futuro. Os edifícios e as cidades, precisam se adaptar às mudanças constantes (visto que as demandas da economia e da sociedade estão mudando cada vez mais rápido), e para nos adaptarmos com rapidez e redução do uso de recursos, “reusar os espaços”, pode ser uma ótima alternativa. Para isso, os edifícios e o mobiliário, devem permitir diferentes tipos de uso. Sempre levando em conto, que nós, pessoas, ainda precisamos de espaços reais, que nos acolham, para que possamos interagir, estimulando o surgimento de novas ideias. Melhor ainda, se esses espaços maximizem os impactos positivos, com móveis que integrem e trazem conforto, com o mínimo de impacto negativo, para a sociedade e ambiente.

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